Casal fica sem ter onde morar após vender tudo para viver em cruzeiro de 3 anos que nunca zarpou

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Kara e Joe Youssef, um casal de Ohio, EUA, enfrentaram uma grande reviravolta na vida após decidirem investir todas as suas economias em um cruzeiro de três anos, uma empreitada que acabou não se concretizando. Essa decisão os levou a vender seus dois apartamentos e a maior parte de seus pertences, em antecipação a uma jornada global que prometia um extenso itinerário e uma experiência de vida única.

O cruzeiro, organizado pela Miray Cruises, chamava-se “Life at Sea” e estava programado para começar em 1º de novembro, durando 1.095 dias. Ele planejava visitar 382 portos em todo o mundo, apresentando uma oportunidade atraente para entusiastas de viagens como os Youssefs.

No entanto, o sonho se transformou em pesadelo quando o casal foi informado, poucos dias antes da partida programada, de que o cruzeiro não aconteceria. Esse cancelamento de última hora os deixou em uma situação financeira e habitacional precária, já que haviam liquidado seus ativos para financiar essa aventura.

A ideia do cruzeiro “Life at Sea” surgiu do empreendedor Mikael Petterson em junho de 2022. Petterson colaborou com Vedat Ugurlu, o proprietário da Miray, que recomendou o MC Gemini, um navio com 400 cabines capaz de acomodar cerca de 1.000 passageiros. As cabines deste navio tinham preços entre US$ 90.000 e US$ 975.000, atraindo uma ampla gama de interessados. Apesar do entusiasmo inicial e das reservas substanciais, preocupações logo surgiram, particularmente em relação às necessidades de combustível para uma jornada tão extensa.

Além disso, a empresa encontrou dificuldades no processamento de transações com cartão de crédito. Esse problema, entre outros, levou Petterson a romper laços com a Miray, exacerbando ainda mais as preocupações dos Youssefs e de outros clientes que já haviam investido somas significativas como depósitos. Apesar desses desafios, o casal permaneceu esperançoso, em parte devido à sua participação em uma série de webinars apresentados por Kendra Holmes, vice-presidente de estratégia de desenvolvimento de negócios da Miray. As garantias de Holmes contrastavam com as promessas anteriores de Petterson, oferecendo uma perspectiva mais realista, mas mantendo uma visão positiva sobre a viabilidade do cruzeiro.

Em junho, a Miray anunciou uma ‘demanda sem precedentes’ pelo cruzeiro e planos para adquirir um navio maior com 627 cabines para acomodar o crescente número de reservas. No entanto, este plano de expansão dependia, segundo o The New York Times, do financiamento de investidores. A situação chegou a um ponto crítico no início deste mês, quando Vedat Ugurlu, proprietário da Miray, confirmou o cancelamento do cruzeiro. Ele citou a falta de fundos e interesse insuficiente como as principais razões para essa decisão.

Até 28 de dezembro, os Youssefs relataram que não haviam recebido reembolso pelo seu investimento. Eles estavam temporariamente hospedados em um hotel em Istambul, Turquia, com as despesas de acomodação pagas pela empresa de cruzeiros. No entanto, com seus recursos financeiros esgotados e sem residência permanente, o casal expressou preocupações sobre enfrentar a possibilidade de ficar sem-teto em breve.

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