Avião espacial chinês é seguido por 6 objetos misteriosos transmitindo sinais repetidos

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O avião espacial reutilizável da China, Shenlong (“Dragão Divino”), recentemente completou sua terceira missão, marcando mais um passo no avanço da nação em tecnologia espacial. O avião espacial Shenlong, uma nave espacial robótica, foi lançado e, em quatro dias, teria colocado seis objetos na órbita da Terra. Esses objetos despertaram considerável interesse entre rastreadores de espaçonaves amadores e astrônomos globalmente, devido ao mistério que envolve seu propósito e origem.

Os seis objetos foram designados OBJETO A, B, C, D, E e F. O rastreador de satélites e astrônomo amador Scott Tilley tem monitorado de perto esses objetos. Segundo Tilley, o OBJETO A está emitindo sinais semelhantes aos emitidos por objetos liberados pelo avião espacial chinês em missões anteriores. Ele descreveu a emissão do OBJETO A como modulada com uma quantidade limitada de dados, característica de missões anteriores do avião espacial chinês. No entanto, ele também observou que a fonte dessas emissões poderia ser outro objeto próximo ao OBJETO A, embora isso permaneça especulativo sem evidências concretas.

Tilley tem rastreado as emissões usando antenas parabólicas, um processo que levou dias de observações. Ele observou que os OBJETOS D e E parecem estar emitindo sinais de “espaço reservado” ociosos que não carregam dados. Esse comportamento difere das emissões observadas nos estágios iniciais das primeiras e segundas missões do avião espacial chinês, que eram mais consistentes. A natureza intermitente dessas emissões tornou desafiador coletar dados.

A análise dos sinais por Tilley e outros rastreadores de satélites os levou a concluir que as emissões estão de fato originando desses objetos ou em proximidade a eles. Essa conclusão baseia-se em vários fatores: os objetos foram observados ao longo de suas trajetórias esperadas no céu, nenhum outro objeto conhecido estava no feixe das antenas dos rastreadores no momento em que os dados foram coletados, e a modulação particular desses sinais é única e foi anteriormente associada apenas a missões do avião espacial chinês.

Tilley destacou os diferentes comportamentos de rádio desta última missão em comparação com suas predecessoras. Ele apontou que, embora o avião espacial chinês tenha sido lançado em uma órbita semelhante às duas últimas missões, seus padrões operacionais em termos de emissões de rádio são distintos. Ele também mencionou que as órbitas elípticas dos OBJETOS D e E contrastam com a órbita quase circular do OBJETO A, e sugeriu que aproximações próximas futuras entre esses objetos poderiam fornecer mais informações.

O avião espacial Shenlong demonstrou comportamentos semelhantes no passado. Em suas duas missões anteriores em setembro de 2020 e agosto de 2022, a espaçonave foi observada liberando pequenos objetos desconhecidos em órbita. Há especulações sobre a natureza desses objetos, com teorias que vão desde módulos de serviço, artigos de teste para praticar a colocação de carga útil em órbita, ou possivelmente pequenos satélites usados para monitorar o próprio avião espacial.

Em comparação, os Estados Unidos também operam um avião espacial robótico reutilizável, o X-37B construído pela Boeing. Assim como o Shenlong chinês, pouco se sabe sobre as operações ou capacidades exatas do X-37B. A Força Espacial dos EUA planeja lançar esta espaçonave no topo de um foguete Falcon Heavy da SpaceX. A temporização dos lançamentos desses dois aviões espaciais reutilizáveis, um pela China e outro pelos Estados Unidos, foi notada por especialistas militares e espaciais como potencialmente significativa, sugerindo uma possível sincronização estratégica em suas operações espaciais.

O General Chance Saltzman, Chefe de Operações Espaciais da Força Espacial dos EUA, comentou sobre a temporização desses lançamentos em uma conferência recente. Ele observou que tanto os aviões espaciais chineses quanto os americanos estão entre os objetos mais monitorados enquanto estão em órbita. Ele sugeriu que a temporização dessas missões pode não ser coincidência, implicando um grau de competição estratégica nas operações espaciais entre as duas nações.

As atividades e missões desses aviões espaciais reutilizáveis, tanto pela China quanto pelos Estados Unidos, continuam sendo de grande interesse para a comunidade espacial global. Os desenvolvimentos em tecnologia espacial, como demonstrado por essas missões, não representam apenas avanços na exploração científica, mas também têm implicações para a segurança nacional e posicionamento estratégico no espaço. O rastreamento e análise contínuos dessas missões por observadores amadores e profissionais contribuem para nosso entendimento dessas dinâmicas complexas e evolutivas no espaço.

Fonte Space.com
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